Feeling the love

Era Sabado de tarde,sai da escola cansada e com raiva porque tive uma maldita aula extra,brigada gripe suína te devo essa.

Era tudo denovo,onibus,casa,pc,comer,pc,dormir,pc...Mas alguém interferiu na minha rotina,pra ser mais precisa ELE.
Quem ele era? eu não sei,mas queria descobrir,ELE estava sentado no banco mais alto do onibus com uniforme de uma escola que eu não conhecia mas só podia ser particular porque não era nada parecida com a minha blusa cinza com azul marinho do governo do estado.
Um sorriso confiante veio à tona,sinal do que eu mais gosto em mim,meu jeito extrovertida e simpática,chegar e falar com qualquer um sem nervosismo.
Sentei ao lado dele,ele olhou pra mim curioso e eu com flerte mode onn no olhar.
Eu disse oi,para começar a quebrar o gelo,ele apenas sorriu,um sorriso tão lindo que quebrou e derreteu qualquer coisa gélida que existia entre nós.Era ELE que eu procurava em meus sonhos,era ELE que eu sempre procurei.
Um minuto se passou,ele sorrindo e eu babando,o sinal do onibus tocou,ele ia descer,não tinha o que fazer,dei passagem e disse um tchau,ele apenas retribuiu com seu sorriso MATADOR.
e então minha rotina continuou mas abalada por aquele choque de amor que senti,eu estava apaixonada,tinha total certeza disso.
Domingo é um SACO,NADA na tv,NADA na internet,NADA pra poder ocupar meu tempo livre e me distrair do sorriso DELE,que droga,eu quero morrer!Ah não morrer não pode porque tenho prova de matemática segunda,então é droga ao quadrado.
Prova fácil,eu gosto de matemática,é simples e objetiva,aulas chatas,intervalo,mais aulas chatas,fofoca na porta da escola,onibus,casa,pc,comer,pc,dormir,é meu dia estava programado mas a rotina seria quebrada dinovo por ele.
Ele olhava diretamente para mim,parecia que estava me esperando com seu sorriso e sua curiosidade,agora era a hora certa para eu puxar uma conversar e um MSN talvez,eu não via o futuro só sabia que eu não ia ficar calada.
Ahhh mas eu não ia dar esse mole dinovo não,porque isso aqui é a minha vida não um seriado da Disney,com surpergatos já progamados para gostar da atriz princiapal sofrida e tímida e de bonus um felizes para sempre,se eu quissese isso eu teria que ir lá e conquistar como todas as garotas normais fazem.
Então eu sentei do seu lado com meu melhor sorriso-flerte,eu disse Oi mas ele apenas sorriu só que dessa vez ele me olhou fundo,nos olhos mesmo,com intensidade,parecia que ele queria dizer algo mas sem palavras.
Droga!Droga!Droga!Ele apertou o sinal e ia descer,ele me olhou durante todo o tempo inclusive quando o onibus dava a partida novamente,deixando o no ponto desejado.
Odeio o efeito Disney melhor eu me odeio,porque isso durou a semana toda e o que ele fazia era apenas sorrir e me olhar de modo intenso,curioso e de alguma forma galantiador tmb.
Sexta chegou,ELE estava lá,mais uma vez ele me olhou de forma intensa e sempre sorrindo,até que ele levantou o indicador,como se estivesse pedindo um momento,pegou algo na mochila e me entregou um cartão,o cartão era um guia de sinais,sinais pra surdo dá para acreditar?com aquelas mãozinhas e logo abaixo as letras do alfabeto.
Eu ia perguntar o porquê daquilo,mas aí ele me mostrou o símbolo de seu uniforme,que ele sempre usava e eu óbvio nunca prestava atenção.
Istituto Nacional de Surdos é o que estava escrito na sua blusa,não dava para acreditar o cara não ouvia,voltei a olhar para ele,seus olhos tinham a expressão de tortura e medo mas também a intensidade galantiadora agora maior e cheia de espectativa,esse olhar cheio de informação durou um minuto até que ele se foi.
Eu ainda não conseguia acreditar,ele era surdo,olhei o cartão,tentando me convencer de que aquilo realmente NÃO era um filme da Disney,éaquilo não era um filme,era A MINHA VIDA.
Quando aprendemos um idioma novo começamos com um "Oi","meu nome é ..","tudo bem?" mas eu passei a noite decorando outra coisa,eu decorei aquilo que eu sempre quis dizer mais nunca saia da minha boca é talvez era pra nunca sair mesmo.
O dia seguinte chegou,ELE estava lá novamente,com um olhar intenso de medo e espectativa,desta vez ele não sorria,sentei do seu lado,olhei fundo nos seus olhos e tentei me concentrar no que eu tinha estudado com tanto fervor ontem à noite,nada de "Oi" "meu nome é ..." eu fui direto pro "Eu te amo"
surpreso e visilvelmente alegre ele respondeu sorrindo e dizendo ao seu modo "Eu também,te amo" quer dizer ele apontou pra mim as letras no cartão,eu tinha razão,aquelas palavras não era pra ser ditas eram apenas para ser sentidas.

Essa é uma história que foi criada a partir de um fato que vivi,o garoto é real mas eu nunca o conheci por isso o personagem não tem nome e eu já sabia que ele era surdo de cara.